Em 1955, a corrida de 24 horas de Le Mans era uma das mais importantes e aguardadas competições de automobilismo do mundo. A corrida, que acontece na cidade francesa de Le Mans, consiste em uma corrida de resistência, onde os carros e pilotos precisavam competir por 24 horas ininterruptas. Naquela época, ainda não havia cintos de segurança, janelas à prova de estilhaços ou outras medidas de segurança modernas nos carros.

O piloto francês Pierre Levegh, que havia competido em Le Mans várias vezes antes, estava representando a montadora alemã Mercedes-Benz. Às 18h26, depois de quatro horas de corrida, Levegh estava dirigindo seu carro de corrida na reta principal quando colidiu com o carro do piloto Mike Hawthorn. O carro de Levegh perdeu o controle e voou pela pista antes de se partir em várias peças, arremessando detritos e combustível em direção ao público.

A cena foi horrível. O carro de Levegh se transformou em um caroço de metal retorcido e a explosão mandou partes de carro voando para as arquibancadas. Os espectadores sentados nas áreas mais próximas ficaram em estado de choque e horror. O desastre de Le Mans, que matou 83 pessoas e feriu outras 180, foi um dos acidentes mais graves da história do automobilismo.

O desastre de Le Mans teve um impacto imediato na segurança no automobilismo. A Federação Internacional de Automobilismo exigiu que todos os carros de corrida tivessem cintos de segurança e, em 1958, a organização introduziu a obrigação de usar janelas à prova de estilhaços para proteger pilotos de ferir-se com estilhaços. O incidente também levou a mudanças nas normas de segurança e na legislação de muitos outros esportes, como o hóquei e o beisebol, que implementaram equipamentos de segurança semelhantes.

A morte de Pierre Levegh e dos espectadores na tragédia de Le Mans foi um enorme choque para o mundo automobilístico. As medidas de segurança adotadas hoje em dia em corridas de carros são uma consequência direta do acidente de 1955. Por mais trágico que tenha sido, o desastre serviu como um lembrete doloroso do preço que pode ser pago pela sensação de velocidade. Hoje, a segurança é uma prioridade máxima em todas as competições de automobilismo, graças aos esforços iniciados depois da tragédia de Le Mans.